A ausência de suporte físico é o que nos deixa desorientados. Numa sala de museu, paredes brancas, 3 pessoas que parecem pertencer ao staff do museu, segurancas. Sempre que alguém entra na sala, comeca a obra de arte: os 3 segurancas dancam ou saltitam, enquanto dizem “This is so contemporary! e no fim “Tino Sehgal, 2004”. Saltitam à volta das pessoas impedindo-as de deixar a sala, enquanto as pessoas, surpreendidas, tentam fugir.
Isto “foi” a obra de arte. O nosso momento. Tino Sehgal é alemao, vive em Berlim. Nao grava nem fotografa as suas obras, na tentativa de desligar a arte do objecto, ou da objectividade. É a quebra com a base da arte visual que é o objecto material. Elas devem estar guardadas só na memória de quem as viveu. “O artista visual que nao cria objectos materiais”.
Isto foi ontem no Museu de Arte Moderna em Frankfurt.
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5 comentários:
A actual noção de arte visual está cada vez mais ligada ao momento em que a vivemos, à experiência. É muito interessante, não achas? Que inveja! Beijos Leonor! Já te descobri :) Claudia (Ruralita III)
Completamente! E ele leva isso até ao extremo de "só" existir o momento. Sim, muito interessante! Adorei.
Benvinda Claudia! :D Volta siempre
mas olha lá, já ligas-te ah tua amiga que lhe dizer que ela era fetixe?
Dificilmente esquecerás esta obra. Lembro-me de uma experiência parecida, mas foi na rua: enquanto caminhava apressada para ir ter com uns amigos, meti-me por uma ruela que desconhecia, e, embora em ritmo apressado, apercebi-me que no conjunto de pilares por onde passava, em cada um havia um objecto estranho e insignificante e uma fotografia ao lado que retratava exactamente o que se via. (um montinho de caricas, um molhinho de ervas, um brinquedo de lata, etc..)O último pilar, estranhamente não tinha objecto apenas a fotografia, a de um velho com um blazer axadrezado e umas calças de fazenda castanhas de perna cruzada encostado ao pilar. E lá estava ele, exactamente naquela posição, naquele lugar, assim vestido, em pessoa!
Achei curiosa aquela experiência de arte, pelo espanto que me causou e pela singeleza dos materiais, mas que ficou bem guardada na minha memória.. :)
Tenho a dizer que o Franz já passa por português, não fosse o cor-de-rosinha da sua pele! :D
Lindo esse teu momento de arte, Branca! Também duvido que me esqueca, sim. A simplicidade de romper com alicerces universalmente aceites prova uma liberdade de raciocínio que me fascina.
morte, sim ela ja sabe que é fetixe.
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