23.11.09

Cartas a uma Ditadura

Finalmente a Joana emprestou-mo. A versao inglesa, que quero mostrar aos meus amigos.


Ao início reparei que apareciam só mulheres da classe alta. Claro, o resto das mulheres portuguesas nao existiam. Na verdade, o resto do povo nao existia, nao tinha voz, nao fazia parte da sociedade. Estranho é que este facto, que eu sabia dos livros de história, me surpreenda.

As conversas sao deliciosas, mas é sobretudo nos silêncios que se ouve mais. Nas pausas antes de falarem, enquanto estao a pensar no que hao de dizer. E nas reticências, nas frases inacabadas. As entrevistas estao muito bem feitas, nao perguntam mais, respeitam. Fica no ar sempre uma dúvida sobre o que pensam aquelas mulheres realmente. Fica no ar a dúvida sobre se se admitem pensar...

Depois, Belmira. Recebeu a circular porque estando o marido para o Brasil, era ela quam votava. Admite que queria ter sido alguém, e dou por mim a pensar também nas outras. Quem teriam sido estas mulheres, se nao tivessem tido que ocupar um lugar predefinido num ambiente claustrofóbico?

Parabéns ao Tio Tó MG. E Obrigada.

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