13.12.09

Oetinger Villa

No mesmo sítio onde há encontros anti-fascista, concertos punk, cristas cor-de-rosa, meias rasgadas com mini-saias de couro ou calcas pretas esterlicadas e botas de biqueira de aco, fans a despirem-se no palco e cadeiras partidas há também festas espanholas. Copos de plástico com sangria acucarada a um euro, touros estampados em t-shirts vermelhas, flores no cabelo de miúdas com vestidos sexy, patilhas e fios de prata ao pescoco, gipsy kings e paquito chocolatero. Ecletismo. Os concertos punk levam uma malta muito local, sao bandas da zona e os fans sao fiéis e ferrenhos. Em geral, a Oetinger Villa tem uma gente politizada e engaged. Tem estatuto de centro cultural, um centro cultural underground, um palácio antigo e decadente com ar de casa assombrada. Entra-se para um hall de pé direito tao alto como a própria casa, que se desenvolve em volta desse hall em escadas e varandas de madeira muito escura. Há uma lareira gigante no hall, e as paredes estao grafittadas ou coladas com posters por cima de posters dos diferentes eventos. Na festa espanhola, uma cena paralela habita a villa. Sao estudantes de erasmus ou malta da agência espacial europeia, espanhois e outros latinos, cosmopolitas, despreocupados, uma festa espanhola aqui como em Roma, Londres ou Barrancos. Os locais que se apresentam sao namorados ou namorados wanna-be de espanhóis de cabelo escuro, camisa aberta e pelo no peito ou de espanholas de flor no cabelo e maos sevilhanas.

Gosto deste ecletismo, gostei do concerto punk e da festa espanhola, mas mais ainda gostei de ir às duas neste sítio. Além disso, para dancar o paquito chocolatero estou sempre pronta.