5.5.08

Europa

Depois da Segunda Guerra Mundial, as fronteiras da Polónia mudaram drásticamente: perdeu uma grande parte do leste, que foi anexada à Rússia, expandindo-se para oeste por anexacao de território alemao. Este território ganho à Alemanha foi ocupado por polacos vindos dos territórios perdidos a leste.

Os avós da Anna eram alemaes e viviam numa das zonas anexadas pela Polónia depois da guerra. Quando a guerra acabou o avô e a avó reencontraram-se em casa e descobriram que nada era como dantes: os bens dos alemaes tinham sido expropriados em favor dos polacos; era proibido falar alemao na rua. Ao contrário de muitos, nao fugiram para territórios alemaes: a guerra já os tinha maltratado demasiado para terem ainda coragem para mais uma mudanca. Aprenderam a ser estrangeiros em casa.

Os pais da Anna partilham esta mesma estória de família. Em casa da Anna nunca se falou polaco. Vieram para a Alemanha em plena Guerra Fria, mas a avó decidiu ficar na Polónia. Depois de os avós e os pais terem sido estrangeiros na Polónia, por serem alemaes, a Anna é agora estrangeira na Alemanha, por ser polaca. Este sentimento de nao-pertenca com origem na opressao política nao se apaga facilmente, é um vírus que se instala nas pessoas, lhes modela o carácter e se transmite às geracoes seguintes.

2 comentários:

Anônimo disse...

Quando cheguei a casa, o Eurico tinha duas notícia para me dar. Uma boa, outra má. A má - a sopa de feijão tinha azedado! - nada de grave, já tinha sido substituída por uma de grão com espinafres! - e outra boa - afinal eu tinha razão! - a sua irmã Leonor é uma inspirada a escrever, até sobre cinema escreve!!! e bem!!! faz crítica cinematográfica!- tinha finalmente resolvido, com o seu computador, e com o canguru da net que o João (o filho) lhe emprestou ir dar uma olhadela a alguns blogs. Finalmente está a ver a luz ao fim do túnel - não tem que partilhar computadores e nets com adolescentes - bem...bemmmmmm - estou-me a esticar, se lê este comentário, pira-se que nem um leão para o Sobral!
Bj e muitos parabéns pelo artigo!!!
Cachana

leo disse...

Fico contente que gostem de ler.
O Eurico que volte sempre!
Beijos aos dois da Leonor