O ferry atrasou-se por causa do vento e vinha cheio com todas as pessoas de outros ferrys cancelados. Vim uma boa parte da viagem cá fora, a apanhar com o vento gelado na cara e a imaginar o sol a por-se por detrás das nuvens através das mudancas de cor no horizonte. O mar lindíssimo, vagas largas. O ferry rangia. Na parte aberta do convés, um grupo de adolescentes inconscientes holandeses brincava com o balanco do barco deixando-se ir para lá e para cá. Um subgrupo rebelde fumava e bebia cerveja a um canto. Umas miúdas, todas com o mesmo penteado que consistia de cabelos compridos aloirados e uma risca ao lado que partia da orelha e que lhes deixava aquele ar parvo dos cabelos na cara, falavam só entre elas. Encaixado num canto, um solitário de roupas largueironas ouvia música de headphones e gozava o mar. À chegada a St. Malo, o mar galgava os muros do porto e foi difícil a atracagem.
Rapidamente se fez noite. Tínhamos indicacoes para seguir por estradas secundárias, a cortar caminho. Nao nos apressámos. Nas estradas da província, o tempo passa mais devagar. Na France Inter, uma emissao especial de comemoracao dos 40 anos desde o Maio de 68. Há fins de dia que se quer guardar para sempre.
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