19.11.10
14.11.10
Le Moribond
No radio hoje de volta a casa,
"cada um tem depois da morte aquilo em que acredita."
Justo.
E Jacques Brel
"cada um tem depois da morte aquilo em que acredita."
Justo.
E Jacques Brel
O Professor
O Professor vive numa casa na beira da estrada, numa aldeia sem muito caracter perto do Reno. E uma zona muito fertil, no caminho vemos muitos viveiros de arvores. Em frente a casa, um redondel onde poderia estar uma fonte com um menino a fazer xixi. Paramos o carro ao pe do redondel, a porta da casa e grande, em vidro martelado. O Professor vem abrir, agarrado a um cao enorme, um Sao Bernardo, que nao pode sair para a rua.
"Kaffee und Kuchen" ao domingo a tarde sao sagrados na Alemanha. A mesa ja esta posta, prato de sobremesa, garfo de bolo, chavenas de cafe a que nos chamariamos de cha. A Os bolos sao comprados a fatia numa padaria, sao bolos sem ovos, uma primeira camada fina de bolo seco da estrutura a uma segunda camada leve de frutas e gelatina ou de natas, ou de queijo. As fatias vem em cima de folhas individuais de plastico, para nao colarem. O cafe numa cafeteira termica de plastico branco. Ha pacotinhos individuais de natas e acucar num acucareiro que da com as chavenas. A casa nao tem muito gosto, mas estamos sentados numa mesa em frente a uma parede de vidro que da para o jardim, o que e muito acolhedor. O ceu esta cinzento mas nao faz frio. "Tudo o que se ve daqui e nosso" - calo a voz da minha Avo, a quem pertencia tambem tudo o que nao se via.
Nao me surpreende a simpatia e simplicidade do Professor, das poucas vezes que o vi nestes ultimos 3 anos nunca me deu outra ideia. Recuperou as cores e a saude, diz que a partir de agora vai mais devagar... E apaixonado por caça e hoje e dia de ir aos javalis. Agradece muito a garrafa de vinho que lhe levo, Ervideira Reserva, pede que lhe leia que castas tem. Todas as noites bebe um copo de vinho, conta-nos que por causa disso nao deu pela hemorragia interna que se foi agravando ate ao dia do meu exame em que foi internado ja quase sem pinga de sangue. Pede a mulher que ponha uma garrafa de espumante no frigorifico e explica-nos que em noites de caçada se juntam a seguir em casa dele para beber ao porco morto e comer-lhe o figado.
A senhora desculpa-se, tem um compromisso com um grupo feminino de caracter social. Nao se vai embora sem antes me deixar uns panfletos e me convidar a visitar o grupo em Darmstadt se tiver interesse. Confesso que fico curiosa, deve ser um genero de rotarios. A despedida o Professor deseja-nos tudo de bom para o futuro, agradecemos muito, desejamos-lhe o mesmo, principalmente boa saude, metemo-nos outra vez no carro ao pe do redondel e guiamos as duas horas de volta. Vimos a ouvir Deutsche Funk, a melhor radio alema para quem gosta de radios com conversa. Eu adoro. Que delicia... De volta a casa num domingo ao fim da tarde com chuva a ouvir radio e a digerir o encontro.
"Kaffee und Kuchen" ao domingo a tarde sao sagrados na Alemanha. A mesa ja esta posta, prato de sobremesa, garfo de bolo, chavenas de cafe a que nos chamariamos de cha. A Os bolos sao comprados a fatia numa padaria, sao bolos sem ovos, uma primeira camada fina de bolo seco da estrutura a uma segunda camada leve de frutas e gelatina ou de natas, ou de queijo. As fatias vem em cima de folhas individuais de plastico, para nao colarem. O cafe numa cafeteira termica de plastico branco. Ha pacotinhos individuais de natas e acucar num acucareiro que da com as chavenas. A casa nao tem muito gosto, mas estamos sentados numa mesa em frente a uma parede de vidro que da para o jardim, o que e muito acolhedor. O ceu esta cinzento mas nao faz frio. "Tudo o que se ve daqui e nosso" - calo a voz da minha Avo, a quem pertencia tambem tudo o que nao se via.
Nao me surpreende a simpatia e simplicidade do Professor, das poucas vezes que o vi nestes ultimos 3 anos nunca me deu outra ideia. Recuperou as cores e a saude, diz que a partir de agora vai mais devagar... E apaixonado por caça e hoje e dia de ir aos javalis. Agradece muito a garrafa de vinho que lhe levo, Ervideira Reserva, pede que lhe leia que castas tem. Todas as noites bebe um copo de vinho, conta-nos que por causa disso nao deu pela hemorragia interna que se foi agravando ate ao dia do meu exame em que foi internado ja quase sem pinga de sangue. Pede a mulher que ponha uma garrafa de espumante no frigorifico e explica-nos que em noites de caçada se juntam a seguir em casa dele para beber ao porco morto e comer-lhe o figado.
A senhora desculpa-se, tem um compromisso com um grupo feminino de caracter social. Nao se vai embora sem antes me deixar uns panfletos e me convidar a visitar o grupo em Darmstadt se tiver interesse. Confesso que fico curiosa, deve ser um genero de rotarios. A despedida o Professor deseja-nos tudo de bom para o futuro, agradecemos muito, desejamos-lhe o mesmo, principalmente boa saude, metemo-nos outra vez no carro ao pe do redondel e guiamos as duas horas de volta. Vimos a ouvir Deutsche Funk, a melhor radio alema para quem gosta de radios com conversa. Eu adoro. Que delicia... De volta a casa num domingo ao fim da tarde com chuva a ouvir radio e a digerir o encontro.
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13.11.10
8.11.10
A nossa casa já é a nossa casa quando
Tivémos amigos a jantar. E a dormir. E amigos que nao vinham jantar e acabaram por ficar. Comprámos flores pela primeira vez ao sábado de manha. Pusémos as flores numa jarra chinesa da loja de velharias. E comprámos copos de vinho todos diferentes dos restos da loja de velharias.
E quando passámos um fim-de-semana a pôr filmes em dia. E a ouvir os barulhos da madeira a ranger. E o aquecedor que se desliga com um estrondo. E quando a Nana de St Phalle já está na parede.
E quando passámos um fim-de-semana a pôr filmes em dia. E a ouvir os barulhos da madeira a ranger. E o aquecedor que se desliga com um estrondo. E quando a Nana de St Phalle já está na parede.
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